Muitas vezes ouvimos que devemos mudar ou repensar aspectos sobre nós, muitas vezes após críticas, desconforto ou até eventos epifânicos. Porém, raramente sabemos COMO devemos agir e reagir a tais situações para nos transformarmos com excelência.
Este artigo tem como base relatos do livro “Guia para uma vida feliz e próspera” do Instituto Henrique Amaral, especificamente o capítulo “Coragem para mudar, transformando realidades”, e o livro “Histórias de Alice: O Reflexo da Sabedoria”. Ambas as obras auxiliam o entendimento teórico e prático no processo de transformação pessoal e desenvolvimento psicológico.
A teoria da mudança, destacada no “Guia” do Instituto Henrique Amaral, é composta por 4 partes: 1. O reconhecimento, 2. A ressignificação, 3.A projeção, e 4. A constante escolha. Todas as partes dão direção a todos que querem se transformar, porém não sabem nem como começar. Este passo a passo difere a cada situação e pessoa, mas sua essência é o ponto de partida de uma transformação psicológica humana.
1. O reconhecimento
O primeiro sinal que algo está precisando de uma mudança aparece com o sentimento de desconforto. O desconforto pode ser manifestado através de reações físicas, mentais e sensações. Semelhante a sintomas psicossomáticos, o desconforto pode gerar ansiedade e aparecer no corpo como espinhas por exemplo. O desconforto pode também ser o sentimento de algo fora do lugar ou incompleto, que muitas vezes não sabemos o que é, mas pelo menos sabemos que existe uma atenção.
O capítulo “Coragem para mudar transformando realidades” diz que é preciso “Identificar a hora que a mudança é necessária…” com base no desconforto e aproveitar os momentos epifânicos como gatilhos de transformação:
“Momentos epifânicos que instigam transformações internas…” Esses momentos de clareza (insights, dores, acontecimentos inesperados) são chamados para o despertar e devem ser levados a sério.
2. A ressignificação
Após identificar o que está gerando um sentimento incompatível com o ideal é necessário ter a coragem de se desapegar do passado que está te prendendo àquele sentimento e isso demanda a saída da zona de conforto. Esse passo envolve soltar o que já não serve mais, mesmo que seja confortável. Isso exige desconstruir apegos e aceitar o desconhecido. Este processo pode ser a fase mais turbulenta porque temos que ter determinação para mergulhar no desconhecido para se ”…desapegar da materialidade que te prende…” e sair da zona de conforto percebida. É preciso “…reescrever essas histórias internas…” que estão nos prendendo ao passado para dar espaço para o que vier no futuro. Aqui está o trabalho emocional e psicológico mais profundo: entender os porquês do passado para não viver preso a ele.
3. A Projeção
Ao se desapegar do que te prende, um espaço se abre para o que realmente queremos. A pergunta é: o que você quer? Muitas vezes esta pergunta é difícil de responder, então definir um propósito claro é necessário para mover para frente: ”…ao ter um propósito claro e definido, qualquer obstáculo que aparentava ser um leão se torna um gatinho…”.
A mudança precisa de direção. Ter um “porquê” forte dá sentido ao processo e sustenta o caminho mesmo nos momentos difíceis. Em sua essência devemos mergulhar no autoconhecimento, sendo ele a “pedra angular…”. Conhecer-se é a base da mudança duradoura. Quanto mais você se entende, mais pode agir com coerência e liberdade e descobrir com o que você vai querer alimentar o espaço agora disponível.
4. A constante Escolha
Para termos resultados novos precisamos escolher e adotar uma postura ativa diante da vida. Neste passo devemos tirar as ideias do papel e enfrentar as zonas tortuosas da mente com ação. Agir com consistência, mesmo que em “pequenos passos diários”, gera grandes resultados. A transformação não vem com um grande salto, mas com decisões conscientes repetidas com intenção. Situações irão vir para lembrar você de como era o passado e desafiar os novos pensamentos. Estes testes irão ser superados se constantemente escolher o propósito e a mudança.
O livro “Histórias de Alice: O reflexo da sabedoria” destaca situações em que geraram sentimentos de desconforto e frustração que precisam de ressignificações para a transformação interior. Como visto no livro, este processo não depende de outras pessoas e dos pensamentos delas, é uma jornada completamente única e pessoal. Algumas situações que geram angústias, principalmente em adolescentes seguem este padrão:
- Sentir-se deslocado em um novo ambiente
- Reconhecimento: Perceber-se como “diferente demais”, “intenso demais”, “estranho demais”. Em um ambiente novo, onde códigos sociais e culturais são distintos, o desconforto se instala:
“…estava em queda livre dentro de um poço sem fim… não é exagero de adolescente, é exatamente como eu estava me sentindo.”
E então, a mente começa a questionar: “Será que sou o problema?”
- Ressignificação: Vem o impulso de moldar-se, calar sua voz interior para caber onde, claramente, não há espaço para sua autenticidade: “Comecei a me moldar para me adequar… deixando de ser quem eu realmente era.” Mas logo surge a dor silenciosa de estar rodeado de pessoas e ainda assim se sentir invisível. É preciso romper com a ilusão de pertencimento automático, e abandonar a necessidade de aceitação a qualquer custo.
- Projeção: A solidão, apesar de doer, revela um espaço fértil: o vazio te convida a escutar a si mesmo com mais verdade. Nasce o desejo de preservar a essência e encontrar uma forma honesta de conexão com o mundo, mas não para ser incluído, e sim para ser inteiro. No livro a personagem projetou em sua vida uma mulher forte e única. Abriu espaço para processar as emoções sem julgá-las. Ao invés de esconder a dor, você a transforma em movimento consciente.
- Escolha: Aqui você escolhe entender que ser um outlier não é um defeito, mas uma força rara. a escolha de aprender a equilibrar o respeito pelo outro com a fidelidade a si, muda perspectivas e trás paz. A escolha de autoconhecimento faz com que descubramos que estar fora da curva é, muitas vezes, o ponto de partida para traçar seu próprio caminho. “Foi preciso nós nos afastarmos para que eu pudesse saber o que é solidão e poder ter o amadurecimento necessário…”: a chuva é o que alimenta as flores para elas crescerem.
- Relação amorosa como fuga
- Reconhecimento: “…no intuito de me encaixar… escolhi ter uma pessoa para namorar para meio que me esconder atrás daquela pessoa.” Muitas vezes usamos outras pessoas como um ponto de conforto e esquecemos que estamos nos camuflando na ideia que criamos do relacionamento. Reconhecer e aceitar isso em um relacionamento pode ser doloroso porque muitas memórias são criadas, aquelas que nos confortam. Porém, chega o momento que o sofá mais confortável começa a doer as costas se a gente não levantar.
- Ressignificação: Abandonar a ilusão de que o relacionamento traria validação externa. Condicionamos nosso bem-estar na presença de outra pessoa e o processo de desapegar requer muita coragem e força. Compreender que nós somos donos de nossas percepções nos ajuda a se desapegar da ilusão e abrir os olhos para a realidade.
- Projeção: “…a única pessoa que nos conhece realmente é nós mesmos.” No momento em que prestarmos atenção ao nosso eu interior e seus quereres, entramos no processo do autoconhecimento. Quando nos conhecemos fica muito mais fácil a projeção do que você realmente quer.
- Escolha: A escolha de aceitar que existe um fim do que parecia ser uma coisa incrível é o passo final. Se escolher todos os dias traz resultados impressionantes. “…foi somente por todo esse caminho que eu pude chegar até aqui, e desfrutar de mais um momento de glória.”
Em conclusão, o uso da teoria na prática torna a jornada da mudança mais tranquila. Independente da situação, podemos identificar estes passos para responder a pergunta que nunca nos calar “como que eu vou fazer isso?”. Bom, aqui está a resposta prática, mas a verdadeira resposta se encontra dentro de cada um de nós, basta nós querermos enxergar. A coragem é a chave do sucesso.
* Assista a live sobre este assunto do dia 11/06/25 no perfil oficial da A.Marimon Assessoria Desportiva @amarimondesportivo
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