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Modelo de exploração econômica de empresas foi assunto de painel da 9ª CIDH

Para encerrar o primeiro dia da 9ª Conferência Internacional de Direitos Humanos, nesta quinta-feira (23/5), em Campinas (SP), foi realizado o painel “Empresas, Direitos Humanos e Tecnologias”. 

Na ocasião, os palestrantes reforçaram que as maiores violações de direitos humanos não são necessariamente praticadas pelo Estado, mas, principalmente, por empresas, organizações privadas, que desrespeitam esses direitos. Portanto, apontaram a necessidade de colocar o tema na pauta e na prática de governança das empresas, principalmente em grandes projetos.

Uma das boas práticas apresentadas foi a executada pela Águas do Rio – Aegea Saneamento e Participações S.A. O diretor-executivo, Renan Mendonça, explicou que a entidade criou uma diretoria específica para atuar com comunidades no Rio de Janeiro. “Nós temos a primeira concessionária do país com uma diretoria específica para favelas. São mais de 500 colaboradores específicos que atuam diariamente com comunidades. Mais de oito mil serviços oferecidos e executados por mês. Mais de 70 mil pessoas que tiveram acesso”, contou.

Mendonça informou que são, basicamente, dois grandes programas de relacionamento, sendo um deles o Fluentes, realizado junto às lideranças comunitárias. “É um programa de relacionamento. Então a gente passa de casa em casa e regulariza os serviços para quem não tem”, frisou.

Tecnologia e direitos humanos

Por sua vez, o professor da Universidade de Tsinghua, em Pequim (China), apresentador da série Expresso Futuro e colunista semanal da Folha de S. Paulo, Ronaldo Lemos, abordou as ideologias da inteligência artificial e os direitos humanos. Ele chamou atenção para o fato de a tecnologia ser utilizada para a geração de fake news, desinformação, polarização e muito mais. 

Segundo Lemos, essa preocupação aumenta neste ano, em que haverá eleições em pelo menos 60 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Índia. “Então, mais de dois milhões de pessoas neste ano vão passar por processos eleitorais e obviamente uma das preocupações é que a inteligência artificial possa ser utilizada para fazer campanhas maliciosas”, alertou.

“No Brasil, a boa notícia é que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] conseguiu, inclusive em tempo adequado, criar uma normatização bastante completa com relação ao uso de inteligência artificial”, exaltou, frisando que as medidas criadas são capazes de lidar com os problemas mais urgentes existentes no país hoje.

Confira e baixe as fotos do evento no Flickr do CFOAB

Conheça os participantes do debate:

Presidente: José Maria dos Santos Vieira Junior (presidente da CDH da OAB-PA)

Relatora: Priscila Akemi Beltrame (vice-presidente da CDH da OAB-SP)

Palestrantes:

As ideologias da Inteligência Artificial e os Direitos Humanos – Ronaldo Lemos (professor da Universidade de Tsinghua, em Pequim, apresentador do Expresso Futuro e colunista semanal da Folha de S.Paulo)

Diversidade e Inclusão para Sustentabilidade dos Negócios – Dione Almeida (secretária-geral adjunta da OAB-SP)

Impacto e Responsabilidade Social: O Papel das Empresas Privadas na Garantia de Direitos Fundamentais – Renan Mendonça (diretor executivo Águas do Rio/Aegea)

Guerras Agroecológicas no Brasil: O Caso do Maranhão – com exibição do filme Lutamos por essa Terra – Siobhan Wills (diretora do Programa de Justiça de Transição da Universidade de Ulster na Irlanda do Norte) e Cahal McLaughlin (professor de Estudos de Cinema na Queen’s University Belfast, do Reino Unido)

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